domingo, 29 de janeiro de 2012


                                            Lammas ou Lughnasad




O Lammas é o sabá que comemora a chegada das primeiras colheitas, juntamente com a chegada do outono. Será dia 2 de fevereiro. Marca, portanto, a chegada dos primeiros frutos da Mãe-Terra que alimentarão os homens, bem como a transição do Deus-Sol para o papel de protetor e provedor. Convém lembrar que o termo Lammas já é um nome um tanto moderno (e mesmo cristianizado) para esse sabá, motivo pelo qual pode-se dizer que ele foi antes absorvido do que anulado ou sincretizado, mantendo-se vivo entre a cristandade na forma de inúmeros festivais de colheita, em todo o mundo ocidental.

Entre os celtas insulares, porém, era conhecido e celebrado como Lughnasadh. Este festival era dedicado ao deus Lugh, deus guerreiro associado ao sol, que teria tido importância decisiva na vitória dos Thuatha De Dannan sobre os Fomorianos (duas tribos míticas que haveriam povoado a Irlanda). Uma das lendas associadas a Lugh conta que ele teria poupado a vida do chefe inimigo Bres, em troca do segredo de arar a terra, semear e colher. Eis aqui, portanto, uma referência direta à agricultura neste festival, mesmo em sua forma mais ancestral.

Aliás, pesquisadores independentes como Louis Charpentier e Juan G. Atienza, no que pesem as críticas que podem ser feitas a um certo diletantismo de seus trabalhos, apontam interessantes paralelos entre a figura de Lugh e numerosas divindades ou "heróis" civilizadores, como, por exemplo, o egípcio Osíris ou o grego Héracles. Esses autores nos mostram toda uma série de similaridades entre essas divindades solares e sugerem uma ligação destas a uma suposta raça de "contrutores de megalitos" que teriam trazido as técnicas da agricultura à Europa Ocidental. A levar-se em consideração tais hipóteses, não de todo absurdas, teríamos uma forte razão para que este festival fosse um dos que subsistiram mais fortemente nas tradições populares.

Uma outra tradição ligada ao Lammas era o costume de se atear fogo a uma roda de madeira e fazê-la rolar colina abaixo. Essa prática representava a descida do sol, o encurtamento progressivo dos dias, significando que o Deus entrava em sua fase de decadência.

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