domingo, 23 de outubro de 2011

WICCA - Continuação.




Saudações a todos!
 Dando contibuidade ao nosso tema central que é a Wicca. Mas afinal de contas caro leitor o que é Wicca?  Para descobrirmos vamos examinar seus principios, suas origens em fim faremos uma viagem magicka na redescoberta, desta tão falada atualmente e mesmo ainda assim desconhecida.
É necessário nos direcionarmos ao centro da Wicca:

A DEUSA



O período neolítico não conhecia deuses - vigorava o matriarcado, com a DeusaMãe. O conceito de paterno inexistia e a moral, a ciência e a religião ocupavam a mesma esfera. Com a instituição do patriarcado, o cálice foi derramado através da espada, relegando o elemento feminino. Com o fim da era de Peixes, tipicamente masculina, o reinado feminino retorna em Aquário para resgatar Sofia, o arquétipo da Sabedoria. Assim como o Taoísmo primitivo, todas as religiões ancestrais visualizavam o Universo como uma generosa Mãe. Nada mais natural: não é do ventre delas que saímos? De acordo com o mito universal da Criação, tudo teria saído dela. Entre os egípcios, era chamada de
Nuit, a Noite. "Eu sou o que é, o que será e o que foi." Para os gregos era Gaia - Mãe de tudo, inclusive de Urano, o Céu. Entretanto, ela não era apenas fonte de vida, como também senhora da morte. O culto a Grande- Mãe era a religião mais difundida nas sociedades primitivas. Descobertas arqueológicas realizadas em sítios neolíticos testificam a existência de uma sociedade agrícola pré-histórica bastante avançada, na região da Europa e Oriente Médio, onde homens e mulheres viviam em harmonia e o culto à Deusa era a religião. Não há evidências de armas ou estruturas defensivas, onde se conclui que esta era uma sociedade pacífica. Também não há representações, em sua arte, de guerreiros matando-se uns aos outros, mas pinturas representando a natureza e uma grande quantidade de esculturas representando o corpo feminino. Essas esculturas também foram encontradas em Creta, datadas de 2.000 a.C. Na sociedade cretense as mulheres exerciam as mais diversas profissões, sendo desde sacerdotisas até chefes de navio. Platão conta que nesta sociedade, a última matrifocal de que se tem notícia, toda a vida era permeada por uma ardente fé na natureza, fonte de toda a criação e harmonia. Segundo historiadores, a passagem para o patriarcado deu-se em várias esferas. Na velha Europa, a sociedade que cultuava a Deusa foi vítima do ataque de poderosos guerreiros orientais - os kurgans. O Cálice foi derrubado pelo poder da Espada. Outro fator decisivo para tal transformação foi o crescimento da população, que levou as sociedades arcaicas à "domesticação da terra". Os homens tinham que dominar a natureza, para obrigá-la a produzir o que queriam. Com a descoberta de que o sêmen do homem é que fecunda a mulher (acreditava-se que esta gerasse filhos sozinha), estabeleceu-se o culto ao falo, sendo este difundido pela Europa, Egito, Grécia e Ásia, atingindo o seu ápice na Índia. Com o advento do monoteísmo, e patriarcado - e a conseqüente dominação da mulher -o culto ao falo estabeleceu-se em definitivo. "O monoteísmo não é apenas uma religião, é uma relação de poder. A crença numa única divindade cria uma hierarquia - de um Deus acima dos outros, do mais forte sobre o mais fraco, do crente sobre o não-crente."
Sempre retratada através da Virgem, de Madalena, Hera, Ísis, Deméter, Atena, Diana, a Lua,a Natureza, Hécate, Afrodite, Lilith e tantas outras, a figura da Deusa vem ressurgindo, cada vez mais e com mais força.

                                                                      A DEUSA
     Entre os Mundos
Os encargos da Deusa,
Ouça as palavras da grande mãe, que, em tempos idos, era chamada de Ártemis,
 Dione, Melusina, Afrodite, Ceridwen, Diana, Arionrhod, Brígida e por muitos outros nomes:
“ Quando necessitar de alguma coisa, uma vez no mês, e é melhor que seja quando
 a lua estiver cheia, deverá reunir-se em algum local secreto e adorar o meu espírito
 que é a rainha de todos os sábios. Você estará livre da escravidão e, como um sinal
 de sua liberdade, apresentar-se-á perante min nu em meus ritos. Cante, festeje,
 dancce, faça
música e amor, todos em minha presença, pois meu é o êxtase do espírito e minha também é a alegria sobre a terra. Pois minha lei é a do amor para todos os seres.
Meu é o segredo que abre a porta da juventude e minha é a taça do vinho da vida,
que é o caldeirão de Ceridwen, que é o gral sagrado da imortalidade. Eu concedo a sabedoria do espírito eterno e, além da morte, dou a paz e a liberdade e o reencontro
 com aqueles que se foram antes. Nem tampouco exijo algum tipo de sacrifício,
pois saiba, eu sou a mãe de todas as coisas e meu amor é derramado sobre a terra.”
Atente para as palavras da deusa estelar, o pó de cujos pés abrigam-se o sol, a lua, as estrelas, os anjos, e cujo corpo envolve o universo:
“ Eu que sou a beleza da terra verde e da lua branca entre as estrelas e os mistérios da água, invoco seu espírito para que desperte e venha até a mim.
Pois eu sou o espírito da natureza que dá vida ao universo. De mim todas as
 coisas vêm e para mim todas devem retornar. Que a adoração a mim esteja
 no coração que rejubila, pois, saiba, todos os atos de amor e prazer são
meus rituais. Que haja beleza e força, poder e compaixão, honra e humildade,
 júbilo e reverência, dentro de você. E você que busca conhecer-me, saiba
que a sua procura e ânsia serão em vão, a menos que você conheça o
 mistério: pois se aquilo que busca, não se encontrar dentro de você, nunca
o achará fora de si. Saiba, pois, eu estou com você desde o início dos tempos,
 e eu sou aquela que é alcançada ao fim do desejo.”

Hoje, no mundo atual, reconhecemos a Deusa, antiga e primitiva: a primeira
das deidades; padroeira da Idade da Pedra e suas caçadas e dos primeiros semeadores; sob cuja orientação os rebanhos foram domesticados, as ervas curativas
 logo descobertas; a partir de cuja imagem as primeiras obras de arte foram
criadas; para quem as pedras foram levantadas; que era a inspiração para
canções e poesia. Ela é a ponte, pela qual podemos cruzar os abismos dentro
de nós mesmos, que foram criados pelo condicionamento social, e nos colocar
 em contato, novamente, com os nossos potenciais perdidos. Ela é o navio, no
qual navegamos nas águas do self profudondo, explorando os mares
desconhecidos dentro de nós. Ela é a porta, através da qual passamos para
o futuro. Ela é o caldeirão, no qual, os que fomos puxados de um lado
para outro, podemos cozinhar em fogo brando, até que sejamos novamente
um todo. Ela é a passagem vaginal, através da qual renascemos.
Na Arte, não acreditamos na Deusa: ligamo-nos a Ela, através da lua, das
estrelas, do mar, da terra, das árvores, animais e outros seres humanos,
através de nós mesmos. Ela está aqui. Ela está dentro de todos nós. Ela é o
círculo pleno: terra, ar, fogo, água e essência; corpo, mente, espírito, emoções, transformações.
A Deusa é a primeira em toda a terra, o mistério, a mãe que alimenta e dá toda a vida.
 Ela é o poder da fertilidade e geração; o útero e também a sepultura que recebe,
o poder da morte. Tudo vem dela, tudo retorna para ela. Sendo terra, também é a
 vida vegetal; as árvores, as ervas e os grãos que sustentam a vida. Ela é o corpo e
 o corpo é sagrado. Útero, seios, barriga, boca, vagina, pênis, osso e sangue;
nenhuma parte do corpo é impura, nenhum aspecto dos processos vitais é maculado
 por qualquer conceito de pecado. Nascimento, morte e decadência, são partes
 igualmente sagradas do ciclo. Se estamos comendo, dormindo, fazendo amor ou eliminando excessos do corpo, estamos manifestando a deusa.
A Deusa da Terra é também o ar e o céu, a celestial Rainha do Céu, A Deusa Estelar, regente de todas as coisas sensíveis mas invisíveis: do conhecimento,
da mente e da intuição. Ela é a musa, que desperta todas as criações do
 espírito humano. Ela é a amante cósmica, a estrela da manhã e do entardecer,
 Vênus que surge nos momentos de amor. Bela e irradiante, ela jamais pode
ser
 dominada ou penetrada; a mente é conduzida cada vez mais adiante na ânsia
de conhecer o desconhecido, de falar o inexprimível. Ela é a inspiração que
 vem no momento da introspecção.
A Deusa Celestial é vista como a lua, que está associada aos ciclos mensais de
sangramento e fertilidade das mulheres. A mulher é a lua terrena; a lua é o ovo celestial,
vagando no útero do céu, cujo sangue menstrual é a chuva que fertiliza e o orvalho que
 refresca; aquela que governa as marés dos oceanos, o primeiro ventre da vida na terra. Portanto, a lua é também a Senhora das Águas: das ondas do mar, correntes, nascentes,
 dos rios que são as artérias da Mãe Terra; dos lagos, poços profundos e lagoas
 escondidas, dos sentimentos e emoções, que nos tomam como ondas do mar.
A Deusa da Lua possui três aspectos: crescente é a donzela; cheia, é a Mãe; minguante, é a anciã. Parte do treinamento de cada iniciado implica períodos
de meditação sobre a Deusa em seus vários aspectos. Não disponho de
espaço para incluir todos eles, mas exemplificarei aqui com as meditações
 dos três aspectos da lua:
CONTUNUA...


Bibliografia:

Caudiney Prieto,

 Wicca a Religião da Deusa.
 Starhawk,
A Dança Cósmica das Feiteceiras.
O Encargo da Deusa foi escrito originamente por Doreen Valiente. Ele aparece sob diversas formas; nesta versão, fiz alterações ligeiras na linguagem. Ele é muitissimo apreciado pelos bruxos por expressar perfeitamente nosso conceito da Deusa.

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